Canais digitais dominam busca por imóveis no Brasil

Corretor de imóveis divulgando seu site imobiliário em canais digitais.

Como uma das maiores potências da economia brasileira, o mercado imobiliário é dinâmico e, quem lida diariamente com o setor, sabe o quão imprevisível ele pode ser.

Mas o que está movimentando o setor atualmente? Mudanças econômicas, avanços tecnológicos e grandes investimentos são o foco para o primeiro trimestre de 2025.

O financiamento imobiliário pelo FGTS, por exemplo, bateu um novo recorde, enquanto a mais recente alta da Selic levanta dúvidas sobre os impactos no crédito e nos investimentos do setor.

Ao mesmo tempo, a forma como as pessoas buscam imóveis está mudando. Os canais digitais se tornaram protagonistas, conectando compradores e vendedores de maneira mais rápida e eficiente. 

Já no exterior, o mercado imobiliário enfrenta sua maior desaceleração desde 2020.

Neste artigo, você confere os principais destaques do setor, desde as cidades com maior potencial de valorização até as tendências que podem influenciar o futuro do setor.

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Financiamento imobiliário pelo FGTS bate recorde em 2024

O mercado imobiliário brasileiro teve um ano histórico em 2024, registrando um recorde no volume de financiamentos e crescimento nas vendas e lançamentos. 

De acordo com a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), o setor apresentou um avanço de 25% em relação a 2023, consolidando um dos melhores desempenhos já registrados.

Em uma entrevista concedida à Folha de São Paulo, Sandro Gamba, presidente da Abecip, destacou que esse foi o melhor ano da história para o mercado imobiliário.

Gamba atribuiu esse resultado principalmente ao aumento da renda real do consumidor, que impulsionou a demanda por crédito imobiliário.

As operações de financiamento habitacional, realizadas por meio das principais fontes de recursos do setor – poupança e FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) – atingiram R$312,4 bilhões em 2024. 

Além disso, o programa federal Minha Casa, Minha Vida teve papel fundamental nesse crescimento, alcançando seu melhor desempenho na utilização do FGTS para financiamentos.

O SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) também apresentou crescimento, com um avanço de 22%, impulsionado principalmente pela demanda por imóveis usados. 

No entanto, a captação líquida do SBPE fechou o ano com um saldo negativo de R$21,7 bilhões, uma melhora significativa em relação ao déficit de R$72,4 bilhões registrado em 2023.

Taxa longa de juros: referência para o crédito imobiliário

Você já ouviu falar em taxa longa de juros? Ela é a maior referência para o crédito imobiliário, que tem se mantido elevada nos últimos três anos.

Cada instituição financeira adota estratégias distintas para lidar com esse cenário, mas o impacto da alta dos juros no crédito imobiliário é evidente, tornando o custo do financiamento mais caro e, consequentemente, menos acessível.

Ainda de acordo com o presidente da Abecip, a tendência de alta na curva longa de juros persistir, o volume de financiamentos pode sofrer uma redução de até 20%, afetando tanto a compra de imóveis novos quanto o crédito para construtoras e incorporadoras.

No entanto, Gamba destaca que a adaptação dos agentes financeiros e a diversificação das fontes de crédito podem ajudar a sustentar o mercado, mesmo diante de juros mais altos e menor disponibilidade de financiamento.

Conheça as cidades com maior potencial para o mercado imobiliário

Se você está de olho no mercado imobiliário e buscando novas oportunidades de investimento, os dados da segunda edição do Índice de Demanda Imobiliária (IDI-Brasil), podem ser o que você estava precisando para tomar uma iniciativa. 

A pesquisa analisou 61 cidades brasileiras com potencial para investimentos em imóveis residenciais verticais. Curitiba, Goiânia e São Paulo foram as líderes em demanda imobiliária no Brasil

A capital do Paraná se consolidou como a principal cidade para imóveis do segmento econômico, atendendo compradores com renda de até R$12 mil. 

Já Goiânia liderou a busca no mercado médio, voltado para quem ganha entre R$12 mil e R$24 mil. Enquanto isso, a grande São Paulo ficou no topo da demanda por imóveis de alto padrão, direcionados a quem possui renda superior a R$24 mil.

A pesquisa é uma iniciativa do Ecossistema Sienge, CV CRM e Grupo Prospecta, em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

Segundo José Carlos Martins, Presidente do Conselho Consultivo da CBIC, o destaque da capital paranaense pode estar relacionado ao plano diretor da cidade, que acaba limitando o acesso a moradias populares, como as do programa Minha Casa Minha Vida. 

Ou seja, essa barreira acaba gerando uma demanda reprimida, impulsionando o índice na região.

Confira o ranking das cidades no segmento econômico: 

1. Curitiba (PR) – nota 0,909
2. Fortaleza (CE) - nota 0,849
3. São Paulo (SP) - nota 0,791
4. Goiânia (GO) - nota 0,762
5. Recife (PE)- nota 0,793
6. Sorocaba (SP) - nota 0,725
7. Maceió (AL) - 0,707
8. Brasília (DF) - nota 0,677
9. Aracaju (SE) – 0,660
10. Maringá (PR) - nota 0,635

No segmento médio, voltado para famílias com renda entre R$12 mil e R$24 mil, Goiânia se destacou como a cidade com a maior demanda por novos imóveis em 2024. 

Na capital do cerrado, os lançamentos nesse perfil são rapidamente absorvidos pelo mercado, refletindo o interesse dos compradores na região.

Confira o ranking das cidades no segmento de médio padrão:

1. Goiânia (GO) – nota 0,807
2. São Paulo (SP) – nota 0,782
3. Florianópolis (SC) – nota 0,655
4. Brasília (DF) – nota 0,654
5. Curitiba (PR) – nota 0,634
6. Salvador (BA) - nota 0,628
7. Porto Belo (SC) – nota 0,616
8. Fortaleza (CE) – nota 0,609
9. Belo Horizonte (MG) – nota 0,595
10. Maceió (AL) – nota 0,587

Embora tenha liderado apenas no segmento de alto padrão, São Paulo se consolidou como a cidade mais versátil do mercado imobiliário brasileiro. 

Mesmo com o crescimento da demanda em outras regiões, a capital paulista manteve um forte protagonismo nos segmentos econômico e médio, impulsionada por altos índices de demanda e grande atratividade de lançamentos. 

Confira o ranking das cidades no segmento de alto padrão:

1. São Paulo (SP) - nota 0,850
2. Goiânia (GO) – nota 0,833
3. Florianópolis (SC) – nota 0,733
4. Fortaleza (CE) – nota 0,714
5. Balneário Piçarras (SC) – nota 0,701
6. Belo Horizonte (MG) – nota 0,685
7. Brasília (DF) – nota 0,678
8. Curitiba (PR) – nota 0,646
9. Recife (PE) – nota 0,629
10. Salvador (BA) – nota 0,627

O ranking das cidades com maior atratividade imobiliária é definido com base no cálculo do IDI. A escala varia de 0,000 a 1,000, sendo que quanto mais próximo de 1,000, maior o potencial da cidade para investimentos no setor.

Com alta de 1 ponto percentual, como a Selic irá impactar o setor?

Na última reunião do Copom, realizada durante os dias 28 e 29 de janeiro, foi decidido pelo aumento da Selic em 1 ponto percentual, o que fez com que a taxa atingisse 13,25%.

Ainda que o movimento já fosse esperado, a ação é capaz de impactar o mercado imobiliário, principalmente nas áreas de financiamento e acesso a crédito

A Selic é a principal ferramenta do Banco Central para controlar a inflação. Quando os preços sobem, a instituição eleva a taxa de juros para desestimular o consumo, ajudando a conter a inflação.

Essa taxa influencia diretamente os empréstimos, financiamentos imobiliários e até mesmo os fundos imobiliários, já que ela está atrelada aos juros cobrados pelos bancos. 

Na prática, desde a última quarta-feira, os brasileiros que foram buscar um financiamento, encontraram juros mais altos, refletindo o impacto direto da Selic no custo do crédito.

No entanto, a alta na Selic não pegou o mercado de surpresa. Desde a última reunião do Banco Central, em dezembro, já se antecipava esse cenário em janeiro. 

E se você está pensando que acabou por aí, o Copom já confirmou a previsão de mais uma alta de 1 ponto percentual em março.

Além disso, o patamar elevado da Selic já acendeu um sinal de alerta entre os investidores, que começam a reavaliar suas estratégias diante do cenário atual. 

Para Carol Borges, head da EQI Research - empresa especializada em análise financeira - o impacto da alta dos juros pode não ser imediato, mas exige adaptações na carteira de investimentos, especialmente para quem atua no setor imobiliário.

Uma das principais recomendações é o foco nos fundos de papel, que estão atrelados a ativos financeiros, como Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras Hipotecárias (LH).

Mercado imobiliário dos EUA enfrenta maior desaceleração desde 2020

De acordo com um relatório feito pela imobiliária norte-americana, Redfin, o mercado imobiliário estadunidense está sofrendo uma desaceleração, com as casas sendo vendidas no ritmo mais lento desde o início da pandemia de Covid-19. 

A pesquisa cita as taxas de hipoteca e os preços das casas elevados como as principais razões para essa diminuição no número de imóveis vendidos.

Nas quatro últimas semanas de janeiro, um imóvel permaneceu à venda por 54 dias antes de ter uma oferta aceita pelo vendedor

Esse é o maior tempo médio registrado desde março de 2020 e representa um aumento de uma semana em relação ao mesmo período do ano passado.

Para comparação, em 2022, durante o boom de compra de casas impulsionado pela pandemia, um imóvel estava sendo anunciado, em média, por 35 dias até conseguir ser vendido.

Esse aumento no tempo de permanência no mercado reflete mudanças no comportamento dos compradores, impactadas por juros mais altos e maior seletividade nas negociações.

Além disso, as vendas de casas nos EUA registraram uma queda de 9,4% em relação ao mesmo período do ano passado, marcando o maior recuo desde setembro de 2023. 

O principal fator por trás dessa desaceleração é o alto custo da habitação, impulsionado por taxas de hipoteca em torno de 7% e um aumento de 4,8% nos preços dos imóveis em comparação a 2024.

Atualmente, o pagamento médio mensal para adquirir uma casa nos EUA está em $2.753.

Apesar do declínio geral, algumas regiões metropolitanas dos EUA apresentaram altas no preço médio de venda. Pittsburgh liderou o ranking, com um aumento de 19,3%, seguido por Milwaukee, que registrou uma valorização de 16,7%.

Por outro lado, nem todas as cidades seguiram essa tendência. 

San Francisco, por exemplo, foi a metrópole com a maior queda, vendo os preços médios de venda recuarem 5,6%, a maior desvalorização entre as regiões analisadas.

Busca por imóveis no Brasil é dominada por canais digitais

Que o comportamento do consumidor está cada vez mais digital, não é nenhuma novidade. 

No entanto, essa transformação parece ter chegado até mesmo nos mercados mais tradicionais, como o imobiliário.

Segundo um levantamento realizado por duas empresas de referência no setor, redes sociais, sites e aplicativos imobiliários são os meios mais utilizados na hora de buscar um novo lar. 

O estudo revelou que 34% dos entrevistados preferem plataformas que reúnem diversas imobiliárias, enquanto 31% optam por sites ou aplicativos de imobiliárias específicas.

Embora os canais digitais estejam dominando a busca por imóveis, as práticas tradicionais continuam sendo relevantes para muitos compradores

Dessa forma, 29% dos entrevistados ainda recorrem a indicações de amigos ou familiares, enquanto 27% preferem explorar presencialmente as ruas de interesse.

Já 23% dos consumidores mencionaram o uso de placas de "vende-se", e 21% destacaram a importância do suporte de corretores no processo de compra ou locação. 

Esses dados mostram que, apesar da digitalização, o fator humano e a busca presencial ainda desempenham um papel importante no mercado imobiliário brasileiro.

Além disso, sistemas que integram pontos de interesse, localização e características específicas dos empreendimentos estão ganhando espaço, permitindo que os consumidores encontrem imóveis de acordo com suas preferências de forma mais rápida e prática.

Um exemplo disso é o Jetlar, um portal que reúne imobiliárias de todo o país em um só lugar, facilitando a busca por um novo imóvel.

O impacto do marketing imobiliário também foi citado pelos entrevistados. 21% dos entrevistados destacaram o papel de anúncios e propagandas em redes sociais no processo de busca. 

Essa tendência reforça a importância das estratégias digitais para atrair e engajar possíveis compradores. 

O levantamento foi realizado entre os dias 21 de outubro e 6 de novembro de 2024, com 1.200 respondentes nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte.

Investimento bilionário quer criar a nova Balneário Camboriú

Imagem aérea da cidade de Balneário Camboriú.

Parece que Santa Catarina virou, de fato, o lugar queridinho dos investidores. E se engana quem pensa que foi só Balneário Camboriú que se beneficiou deste movimento. 

Cidades próximas, como Itajaí e Porto Belo, por exemplo, também estão na mira dos projetos na casa das dezenas de bilhões de reais.

Em Porto Belo, a aposta mais elevada é comandada pela incorporadora catarinense All Wert, liderada pelo empresário Richard Schwambach.

A empresa tem um projeto de 210 hectares na cidade, com um valor geral de vendas estimado em nada mais, nada menos que 10 bilhões de reais.

Com campos de golfe iluminados, torres projetadas por arquitetos renomados e até uma espécie de "praia particular" - que, na verdade, não fica no mar - o projeto chega para transformar os padrões da Costa Esmeralda, elevando mais ainda o nível do mercado imobiliário na região.

Com a primeira fase prevista para entrega em outubro deste ano, o All Resort já alcançou 100% dos lotes vendidos. 

Agora, o próximo passo do projeto inclui a construção de um complexo de tênis, um shopping voltado para lazer e gastronomia e uma piscina de ondas que promete recriar a experiência de uma praia dentro do empreendimento. 

Santa Catarina é destaque no mercado de luxo

O mercado imobiliário de luxo em Santa Catarina segue dando o que falar. O estado lidera o ranking FipeZAP 2024, com quatro das cinco cidades mais valorizadas do país: Balneário Camboriú, Itapema, Itajaí e Florianópolis. 

Em alguns empreendimentos à beira-mar, o preço do metro quadrado ultrapassa os R$100 mil, o que torna a região como um dos destinos mais cobiçados para investimentos de alto padrão.

Mas a exclusividade não é o único diferencial que atrai compradores. Segurança, infraestrutura e qualidade de vida fazem do estado um polo atrativo para investidores de todo o Brasil. 

Segundo especialistas, a região não está apenas passando por um crescimento interno, mas também se tornou um destino de migração para quem busca imóveis de alto padrão.

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