Como a classe média está sumindo do mercado imobiliário

Corretor de imóveis calculando valor de financiamento de imóvel para família de classe média.

O mercado imobiliário segue cheio de reviravoltas - e quem acompanha o setor sabe que as mudanças não param. 

Desde novos empreendimentos até transformações na demanda habitacional e a busca dos investidores por oportunidades, o setor segue agitado neste primeiro trimestre do ano.

Afinal, o que está moldando o cenário atual? De um lado, a classe média está se tornando cada vez mais esquecida no mercado de imóveis, enquanto cidades como Santos se tornam queridinhas dos investidores. 

Já do outro, a prefeitura de Sorocaba quer entrar para o livro dos recordes e construir o maior prédio do mundo - maior até mesmo que o Burj Khalifa.

Quer entender essas e outras tendências do mercado imobiliário e como elas podem impactar o seu dia a dia? Continue a leitura e confira tudo que está acontecendo no setor.

Assuntos que você irá encontrar:

Onde foi parar a classe média no mercado imobiliário?

De acordo com um levantamento feito pela empresa Tendências Consultoria, a classe média voltou a crescer no Brasil e, pela primeira vez desde 2015, representou mais de 50% dos domicílios brasileiros em 2024.

No entanto, o mercado imobiliário parece ter esquecido dessa parcela da população. 

Independente do lugar em que você está buscando imóveis, a grande maioria dos empreendimentos lançados tem como foco exclusivo no mercado de baixa renda ou de luxo.

De acordo com um levantamento feito pela Brain/Abrainc em setembro de 2024, a proporção de lançamentos voltados para a classe média caiu de 65% para 45% do total de unidades lançadas.

Esse desaparecimento da classe média pode ser explicado pelo aumento da taxa Selic em 1 ponto percentual, subindo de 12,25% para 13,25%. 

Com isso, o setor tem adotado uma postura mais cautelosa, concentrando-se em empreendimentos voltados para a baixa renda, dentro do programa Minha Casa Minha Vida, ou desenvolvendo projetos para investidores e clientes de alto padrão. 

E se você está pensando que a melhor opção para driblar essa situação é recorrer ao mercado de aluguéis, infelizmente, a resposta não é bem essa. 

Segundo uma pesquisa do Índice FipeZap, divulgada em 14 de janeiro, o valor médio do aluguel residencial no Brasil teve um aumento de 13,5% em 2024. 

E mesmo com a desaceleração do IGP-M em janeiro, o acumulado dos últimos 12 meses ainda registra uma alta de 6,75%. Em outras palavras, alugar um imóvel está ficando cada vez mais caro, e o cenário não parece estar caminhando para uma possível melhora. 

Hoje, para a classe média, as opções se resumem a duas: morar em um espaço menor ou mudar para uma cidade com preços mais acessíveis no mercado imobiliário. 

Tudo que você precisa saber sobre a DIMOB 2025

A DIMOB - sigla para Declaração de Informações sobre Atividades Imobiliárias - é um relatório anual contendo todas as informações relativas à comercialização, intermediação e locação de imóveis. 

Um dos principais motivos para seu envio anual é assegurar a transparência fiscal nas transações do mercado.

Além disso, a DIMOB permite identificar possíveis inconsistências nas informações, facilitando fiscalizações mais rápidas e eficientes. Isso contribui para a integridade do mercado imobiliário, garantindo maior segurança jurídica nas operações.

O recolhimento da DIMOB é feito pela Receita Federal e deve ser entregue até o último dia útil de fevereiro. Ou seja, até o dia 28 de fevereiro de 2025.

Confira abaixo o webinar completo sobre a DIMOB.

Mas quem deve declarar a DIMOB?

De acordo com a Receita Federal, devem enviar a DIMOB as pessoas jurídicas que, no ano-calendário anterior, tenham realizado ao menos uma das seguintes operações:

Venda de imóveis construídos, loteados ou incorporados para revenda, ainda que a negociação tenha sido feita por terceiros;
Intermediação de compra, venda ou aluguel de imóveis - ou seja, imobiliárias e corretores que atuam com locação de terceiros;
Recebimento de aluguéis em nome de terceiros, repassando posteriormente aos proprietários dos imóveis.

Portanto, a DIMOB não se aplica a pessoas físicas que realizam a venda de um imóvel próprio ou que recebem aluguéis diretamente, sem a intermediação de uma imobiliária.

Dessa forma, para aqueles que não possuem CNPJ, como o caso de corretores de imóveis autônomos, que não se equiparam à pessoa jurídica, não é necessário declarar a DIMOB. 

Quais são as penalidades por atraso ou erro na DIMOB?

Empresas que não entregarem a DIMOB ou fornecerem informações incorretas podem sofrer penalidades, incluindo multas aplicadas pela Receita Federal. 

Os valores variam de acordo com a infração e podem variar de R$100,00 a R$1.500,00 por mês-calendário.

Por isso, é essencial que a declaração seja feita com atenção e, se necessário, com o auxílio de um contador especializado ou até mesmo um CRM que gere a DIMOB automaticamente, como o sistema para imobiliária da Jetimob.

Se você quer saber mais detalhes sobre a declaração, confira o nosso artigo sobre a DIMOB 2025. 

Prefeitura de Sorocaba quer construir o maior prédio do mundo

Imagem da cidade de Sorocaba, no interior de São Paulo.

Se o seu sonho é conhecer Dubai pelos seus prédios extravagantes e gigantescos, mas ainda não teve a oportunidade para isso, talvez essa experiência esteja mais próxima do que você imagina.

A prefeitura de Sorocaba, no interior de São Paulo, encontrou no Burj Khalifa - o prédio mais alto do mundo - a inspiração que precisava para poder entrar no Guinness Book.

A ideia é construir um prédio misto, residencial e comercial, com 170 andares e aproximadamente 1km de altura. O primo árabe, o Burj Khalifa, possui 160 andares e 828 metros. 

Com esse projeto, a prefeitura visa revitalizar o centro da cidade, tendo o futuro empreendimento como um dos pontos turísticos da cidade. 

A região denominada central da cidade abrange o perímetro formado pelas avenidas Dom Aguirre, Dr. Afonso Vergueiro, Dr. Eugênio Salerno, Moreira César e Presidente Juscelino Kubistchek de Oliveira.

Segundo a administração de Sorocaba, o município deve ser beneficiado com 5 mil novas vagas de trabalho, entre diretas e indiretas, impulsionando um investimento de R$2 bilhões por parte da iniciativa privada, com o apoio do Poder Público.

Em uma entrevista para o jornal O Globo, o prefeito da cidade, Rodrigo Manga, disse que o intuito desse projeto é buscar investimentos e incentivos fiscais para atrair empreendimentos e melhorar a qualidade de vida da população. 

Atualmente, o prédio residencial mais alto do Brasil está em Balneário Camboriú: o Yachthouse by Pininfarina Tower 2, com 294,1 metros de altura

Além disso, ao que tudo indica, os investidores brasileiros parecem estar focados em bater recordes. 

Com 204 apartamentos, 18 mansões e elevadores ultra rápidos, o Senna Tower, também localizado em Balneário Camboriú, ultrapassará os 500 metros de altura, se tornando o maior prédio residencial do mundo.

Quando construído, o edifício passará a frente do Steinway Tower, em Nova York, com 435,3 metros. A construtora responsável não divulgou informações sobre o prazo de entrega.

Mercado imobiliário é aposta de investimento global

Segundo o Global Wealth Report, um estudo global sobre investimentos e concentração de riquezas, o mercado imobiliário é a principal escolha de investimento para pessoas com um patrimônio líquido superior a US$30 milhões ao redor do mundo.

Regiões como Manila, a capital das Filipinas, e Dubai, foram os grandes destaques em valorização imobiliária global, com 26% e 16% de crescimento respectivamente.

No entanto, especialistas do mercado recomendam que os investidores diversifiquem seus ativos, incluindo nos portfólios novas áreas geográficas e mercados emergentes.

Na América Latina, por exemplo, a expectativa é de um crescimento de 18% até 2028 no número de pessoas com o perfil destacado na pesquisa

O foco desse público está em imóveis residenciais e comerciais de alto padrão, reforçando que a diversificação dentro do mercado imobiliário é uma boa estratégia, principalmente quando se pensa em segurança de investimento e potencial de valorização a longo prazo.

No Brasil, São Paulo e Santa Catarina lideram essa tendência no cenário imobiliário global. 

O litoral norte catarinense, inclusive, já apresenta um valor médio do metro quadrado superior ao de São Paulo, conforme dados do FipeZAP.

Em Balneário Camboriú, cidade que ostenta o título de metro quadrado mais valorizado do Brasil, a valorização imobiliária segue firme. 

Um apartamento no Ibiza Towers, empreendimento de luxo da construtora Procave, teve uma apreciação de mais de 85% em cinco anos, aumentando seu valor de R$6,5 milhões para R$12 milhões.

Portanto, diversificar investimentos no setor imobiliário é uma estratégia eficiente para proteger e expandir o patrimônio de forma sustentável. 

Isso significa distribuir recursos entre diferentes tipos de ativos, equilibrando os dois pontos principais para o sucesso do investimento: rentabilidade e estabilidade.

Por que Santos se tornou uma das cidades preferidas dos investidores?

Imagem da cidade de Santos, no litoral paulista.

Santos, cidade litorânea do estado de São Paulo, vem se destacando como um dos destinos mais desejados para quem quer viver pertinho do mar, sem perder o ritmo da cidade grande.

Embora a cidade tenha um custo de vida elevado, isso não parece ser um problema para os novos moradores e investidores da cidade. 

De acordo com o ranking das cidades mais caras do país, Santos costuma ficar lado a lado de regiões conhecidas pelo seu custo elevado, como São Paulo e Rio de Janeiro.

Inclusive, com o retorno de Neymar para o Brasil, o jogador se tornou o mais novo investidor do setor imobiliário, adquirindo três mansões de luxo na Baixada Santista.

Apesar dos valores exatos não terem sido divulgados, as mansões estão localizadas em uma das áreas mais nobres da cidade e costumam custar entre R$8 milhões e R$30 milhões.

A compra das mansões pelo craque santista só confirma uma tendência que vem ganhando força nos últimos anos: atletas e celebridades apostando pesado no mercado imobiliário. 

Investir em imóveis de luxo virou uma jogada de mestre para muitos jogadores de futebol, garantindo altos retornos financeiros a médio e longo prazo. 

Afinal, além de moradia de alto padrão, essas propriedades são verdadeiros ativos de valorização garantida.

Graças à sua infraestrutura moderna, segurança e localização privilegiada à beira-mar, a cidade se destaca como um investimento imobiliário de longo prazo promissor.

Dessa forma, o potencial de valorização é alto, especialmente para quem busca um local que une qualidade de vida, crescimento urbano e, claro, as paisagens beira-mar. 

Redução das famílias faz crescer demanda por imóveis menores

Com a mudança no perfil das famílias brasileiras, que estão se tornando cada vez menores e optando por imóveis mais próximos a regiões centrais, com fácil acesso ao trabalho e ao transporte público. 

Aliás, o aumento no valor dos aluguéis tem sido decisivo na hora de decidir pelo sonho da casa própria

Muitas famílias têm avaliado que é mais vantajoso pagar a prestação de um imóvel menor, com boa localização e serviços, do que arcar com um espaço maior e ficar à mercê dos constantes reajustes do aluguel, que vêm superando o IPCA.

Essa tendência já foi percebida pelo Banco Central e pela Caixa Econômica Federal, levando empresas a ajustarem suas estratégias de negócios. 

De acordo com dados do BC, o tamanho médio dos imóveis financiados no Brasil encolheu 12,75% entre outubro de 2018 e outubro de 2024, passando de 82,78 m² para 72,22 m².

O tamanho dos imóveis financiados atingiu seu pico em janeiro de 2019, quando a mediana das unidades chegou a 105,59 m². 

Os dados também apontam uma redução na área privativa, que corresponde ao espaço exclusivo dos moradores dentro do imóvel. Entre outubro de 2018 e outubro de 2024, a mediana caiu de 60,62 m² para 56,98 m², representando uma redução de 6%.

Além disso, os contratos para financiamento de imóveis com até 40 m², que representavam 5,8% do total de contratos em 2019, saltaram para 10,83% em 2024.

Os dados fornecidos pelo Banco Central mostram que as mudanças no perfil das famílias têm impactado diretamente as tendências do mercado imobiliário. 

Em 2024, por exemplo, dos 772.129 contratos de financiamento realizados pela Caixa Econômica Federal, 41,58% foram assinados por pessoas entre 18 e 30 anos.

Outro fator relevante é a faixa de renda dos compradores: 28% dos financiamentos foram para famílias com renda entre R$4,4 mil e R$8 mil, o que reflete diretamente no valor dos imóveis adquiridos. 

Mais de 40% dos contratos foram destinados a unidades com preços entre R$150 mil e R$250 mil.

O aumento na procura por imóveis menores também acompanha a tendência de mais brasileiros optando por morar sozinhos. 

De acordo com o IBGE, o número de famílias unipessoais cresceu 38% entre 2018 e 2023, passando de 10.017 para 14.003. Além disso, o número médio de moradores por residência caiu de 3 para 2,8, reforçando a demanda por espaços mais compactos e funcionais.

No mercado imobiliário em geral, as construtoras já se preparam para aumentar a oferta de imóveis menores. Em São Paulo, por exemplo, a construtora Cavazani planeja lançamentos com metragens entre 36 m² e 38 m² ainda em 2025.

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