Algumas temáticas e ações do mercado imobiliário proporcionam necessárias reflexões para aqueles que trabalham com imóveis. Afinal, diversas questões influenciam, direta ou indiretamente, nas negociações da área. A especulação imobiliária é um desses tópicos, por ser uma movimentação responsável por impactar os valores de investimentos, compras, vendas e locações de casas, terrenos, prédios e apartamentos.
Ela aparece em cena quando se busca obter um retorno financeiro baseado em previsões e expectativas de um potencial aumento de lucros, sendo uma prática ainda questionada. Então, se você deseja compreender mais sobre a especulação imobiliária, seu funcionamento e principais consequências, continue a leitura!
O que é especulação imobiliária?
Especulação imobiliária é o nome dado à ação de realização de investimentos em imóveis visando alcance de um expressivo retorno financeiro, baseado em perspectivas de valorização dos valores de determinada área geográfica.
Na prática, investidores, proprietários e até mesmo profissionais realizam a compra de prédios, terrenos e casas que passam a ser locados ou vendidos apenas em um cenário onde os preços atingem significativo aumento.
Questionada por alguns, que a veem enquanto uma competição desleal, a especulação imobiliária considera fatores como possibilidades futuras de vias de acesso, oferecimento de bens, serviços e até mesmo de taxas relacionadas à segurança pública e índices de queda de criminalidade na região, conforme veremos a seguir.
Como a especulação imobiliária funciona?
Ao realizar o investimento e aquisição de imóveis, eles passam a ser retirados do mercado, diminuindo o número de ofertas disponíveis. Essa matemática resulta, em casos positivos, no crescimento do valor destes bens, já que essa redução acaba sendo interpretada enquanto decorrente de um aumento da procura.
Com o retorno desses imóveis para compra e venda, os proprietários passam a visualizar a possibilidade de um aumento de lucro, já que o valor inicial aplicado na transação foi menor do que o montante a ser recebido com a elevação.
Essa é uma ação que envolve riscos, já que não há como ter uma certeza de seu sucesso, dependendo de fatores externos que não estão sob controle dos indivíduos que estão realizando esse investimento. Conheça agora algumas das principais estruturas e variações responsáveis por impactar as ofertas.
Aumento demográfico e crescimento da cidade
A expansão das cidades já é uma realidade. Com um aumento exponencial de habitantes, seja em regiões de pequeno, médio ou grande porte, é natural que as regiões passem ampliar o seu território, resultando em um número maior de busca por novas localizações, capazes de comportar esse crescimento.
Isso promove profundas alterações nos desenhos das cidades, e áreas que antes não eram vistas enquanto uma possibilidade viável passam a ser cobiçadas e receber diferentes tipos de investimentos públicos, com vistas à sua valorização e melhoria.
Ofertas de bens e serviços
A especulação imobiliária também precisa avaliar e ponderar as possibilidades futuras de ofertas de bens e serviços, responsáveis pelo oferecimento de uma estrutura que impacta diretamente na qualidade de vida e de acesso a estruturas básicas e também de lazer.
Escolas, supermercados, restaurantes e farmácias são algumas das construções que enobrecem e notabilizam propriedades e também seus entornos.
Construção de vias de acesso
A disponibilidade de vias de acesso e de opções de transportes públicos de qualidade é mais um dos tópicos que podem impactar de maneira significativa no valor de uma propriedade. Afinal, ter alternativas de qualidade relacionadas às possibilidades de ir e vir estão entre os principais desejos de futuros inquilinos e proprietários.
Especuladores passam a buscar, junto ao poder público, a existência de projetos ou medidas futuras que ofertem esses desenvolvimentos.
Segurança pública e taxas de criminalidade
A segurança com relação aos próprios bens e a sensação de bem-estar estão diretamente interligadas e influenciam, de forma considerável, na valorização de uma área.
Portanto, quanto mais segura for a região e quanto mais efetivam sejam as soluções de segurança pública, maiores são as chances de realização da locação ou compra de um determinado imóvel.
Quais as principais consequências da especulação imobiliária?
Dentre os principais debates relacionados à especulação imobiliária, as consequências coletivas desse tipo de investimento e transação figuram enquanto uma preocupação.
De um lado, existe uma expressiva discussão que aponta para o fato de que essa interferência proposital nas taxas de valores de imóveis não afeta apenas quem compra e quem vende, mas toda a qualidade de vida e possibilidade de sobrevivência de indivíduos menos afortunados em uma determinada região.
É comum nos depararmos, por exemplo, com o êxodo de alguns moradores, que passam a não ter condições de se manterem diante de uma alta dos bens e serviços que passam a ser ofertados.
A especulação é ainda um fenômeno que pode ser responsável por produzir propriedades e espaços vazios e ociosos, que ficam à espera de um momento de maior lucro e valorização, criando verdadeiras áreas ''fantasmas'', que podem ou não ser ocupadas.
Mas existem ainda algumas repercussões que passam a ser apontadas como positivas. Dentre elas, a perspectiva de desenvolvimento de regiões antes esquecidas, abandonadas ou menos desenvolvidas, que têm, diante dessa nova configuração, a chance de se tornarem importantes polos sociais.
Este é um fenômeno que pode também proporcionar a chance de desafogamento de grandes centros, auxiliando em posicionamentos mais plurais e estratégicos de concentração habitacional, resultando em trânsitos menos caóticos e melhor mobilidade para a população.
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Quais os cuidados que devemos ter com a especulação?
A adoção dessa prática precisa considerar algumas premissas fundamentais. A primeira corresponde à compreensão de que essa é uma ação de risco, baseada em previsões, especulações e expectativas que, por diferentes razões, podem não se concretizar e causar até mesmo uma significativa depreciação de um imóvel.
E, enquanto uma transação que se ancora em perspectivas futuras, não há uma garantia de quando esse retorno financeiro ocorrerá, não sendo uma estratégia que produz lucros a curto prazo.
O poder público também tem uma relação expressiva com esse tipo de técnica que, mesmo não sendo ilegal, pode ser combatida pelo Estado, que passa a realizar uma taxação mais expressiva de propriedades não ocupadas.
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Para quem a especulação é uma boa estratégia de investimento?
Não se pode negar o fato de que a especulação imobiliária pode ser uma estratégia muito lucrativa. Para investidores menos conservadores, esse tipo de ação costuma ser uma das mais adotadas.
Mas, para poderem aumentar a probabilidade de serem bem sucedidos nesta empreitada, é preciso se dispor a conhecer com muita propriedade as principais oscilações e vertentes deste mercado.
Os períodos de recessão, por exemplo, podem apresentar propostas tentadoras e que, quando bem analisadas, refletem a chance de lucros futuros.
Afinal, as especulações não são feitas ao acaso, e sim baseadas em um saber específico e qualificado. É preciso frisar ainda que essa ação demanda também de investimentos que não se encerram após ter determinado terreno ou propriedade em mãos.
Afinal, estamos falando de um tipo de bem que exige uma manutenção contínua, para manter a estrutura atualizada e bem conservada. O importante é agir com cautela e de maneira assertiva, tendo consciência dos principais impactos e vertentes da especulação imobiliária.
Se você deseja continuar por dentro dessas e de outras importantes questões do mercado com qualidade, continue acompanhando nosso blog. Aproveite e confira ainda como está o cenário de pós-pandemia para o setor imobiliário.
Até o próximo post!