“Não compre imóvel jamais”, essa foi a mensagem do empresário e influenciador digital Thiago Nigro, também chamado de Primo Rico, no Twitter. A postagem alcançou, até o momento desta publicação, 3.8 milhões de visualizações.
Dando a entender que o investimento no mercado imobiliário não vale a pena, a mensagem completa de Nigro diz:
Conhecido pelos conselhos na área de finanças e investimentos, a declaração do influencer causou uma forte reação nas redes sociais.
Usuários das redes lembravam que o empresário acumulou uma dívida de R$1,7 milhões por falta de pagamento das parcelas de um imóvel comprado em 2012. A justiça determinou, em 2017, que a propriedade deveria ser leiloada.
Concomitantemente, também trouxeram à tona que em 2022 Nigro divulgava sua participação em investimentos no mercado imobiliário. Um vídeo diz que ele estava investindo R$1 milhão em um apartamento.
Agora, pouco mais de um ano depois, sem nenhuma explicação do porque ter mudado de ideia ou embasamento no seu comentário, Nigro desaconselhou - de forma contundente - o investimento no ramo imobiliário.
Afinal, o Primo Rico está certo?
Contudo, o cenário atual se mostra muito mais animador do que o comentário do influencer poderia fazer os leitores mais incautos a pensarem.
O Índice FipeZap+, divulgado pelo DataZap+ no dia 04/07, indicou uma valorização de 2,54% nos imóveis residenciais para o primeiro semestre deste ano.
Maceió (AL) registrou uma alta de 8,54% nos últimos seis meses. O acumulado de um ano para a capital alagoana é de 17,53%.
O FipeZap+ também indicou alta nos imóveis residenciais em estados que cobrem todas as regiões do país:
- Maceió (AL) - 8,53%
- Goiânia (GO) - 7,06%
- Campo Grande (MS) - 6,77%
- Florianópolis (SC) - 6,30%
- João Pessoa (PB) - 5,16%
- Salvador (BA) - 4,54%
- Belo Horizonte (MG) - 4,36%
- Fortaleza (CE) - 3,58%
- Recife (PE) - 3,55%
- Manaus (AM) - 3,27%
O índice IMOB, que serve para medir a performance das principais ações do mercado imobiliário na B3, também apresenta alta constante durante 2023 inteiro.
No início de janeiro, o indicador estava em cerca de 659 pontos. No dia 11 de julho, o valor havia alcançado o patamar de 942 pontos.
Além disso, as novas regras do programa Minha Casa, Minha Vida, que entraram em vigor na última semana, são animadoras para o mercado imobiliário.
Com um aumento de quase R$90 mil no valor máximo de subsídio do governo, saltando de R$264 mil para R$350 mil, bem como o acréscimo nos valores de imóveis aceitos para as faixas 1 e 2 (renda até 2 salários mínimos e até R$4.400, respectivamente), o setor imobiliário recebeu de braços abertos a reformulação do programa social.
Os novos parâmetros devem afetar positivamente, no país inteiro, tanto o setor de compra e venda de imóveis, como a construção civil.
Por último, um estudo realizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), mostra que o retorno de investimento médio de imóveis no Brasil entre 2009 e 2019 finalizou em 15,9%, considerando aluguel e venda.
Levando em conta somente o valor dos imóveis, a pesquisa calculou que as propriedades valorizaram cerca de 9,4% ao ano nesse período.
Na época da divulgação da pesquisa, em 2020, o presidente da ABRAINC já afirmava que o período entre 2019 e 2029 deveria ter um rendimento similar ao da década anterior.
Dados recentes da ABRAINC mostram que esse otimismo era bem fundamentado.
Em 2022, a venda de imóveis novos cresceu em quase 10% em relação ao ano anterior, totalizando 150 mil unidades a mais vendidas.
Ao mesmo tempo, o preço médio das vendas também subiu próximo aos 10% e alcançou R$344 mil.