Quando pensamos em mercado imobiliário, a imagem que vem à mente costuma ser de prédios altos e casas aconchegantes.
Mas acredite, o setor pode ser muito mais complexo do que isso.
Neste artigo, vamos explorar como Balneário Camboriú tem se tornado o refúgio preferido dos investidores do agronegócio, enquanto a Região Metropolitana de Curitiba vem despontando como um novo polo de crescimento imobiliário.
Além disso, você também irá descobrir como a posse de Donald Trump e a redução no dólar influenciou diretamente o setor imobiliário brasileiro.
Continue a leitura e entenda como esses movimentos podem impactar suas estratégias de investimento.
Assuntos que você irá encontrar:
- Balneário Camboriú: o refúgio para investidores do agronegócio;
- Região Metropolitana de Curitiba impulsiona o mercado imobiliário;
- Como a redução do dólar influenciou o setor imobiliário brasileiro;
- Longe da Faria Lima, Nubank estuda uma nova sede única em SP;
- Como o mercado imobiliário pode sustentar a sua aposentadoria;
- A relação entre o imobiliário brasileiro e a posse de Trump.
Balneário Camboriú: o refúgio para investidores do agronegócio
Balneário Camboriú segue sendo um dos assuntos mais comentados do mercado imobiliário.
Conhecida por seus arranha-céus e infraestrutura de alto padrão, a cidade tem atraído cada vez mais investidores ligados ao agronegócio, um dos setores que mais movimenta a economia brasileira.
Grandes fazendeiros e empresários do agronegócio têm investido parte de seus lucros na aquisição de imóveis urbanos, impulsionando o mercado de luxo e transformando a região em um refúgio exclusivo para o público ligado ao agro.
O perfil dos compradores ligados ao agronegócio reflete tanto o desejo de diversificar seus patrimônios quanto a busca por qualidade de vida.
Em Balneário Camboriú, muitos desses investidores encontram muito mais do que um destino para lazer e descanso. Para eles, é a oportunidade perfeita de unir investimento e bem-estar em um só lugar.
Além da infraestrutura luxuosa, a cidade também chama a atenção dos compradores pela sua localização estratégica.
Ou seja, o fácil acesso por aeroportos e rodovias, a proximidade com cidades importantes de Santa Catarina tornam Balneário Camboriú o local ideal para quem deseja conciliar negócios no campo com o lazer da cidade grande.
Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP (CEPEA/USP), a cadeia produtiva do agronegócio correspondeu a 21,8% do PIB do Brasil em 2024.
Região Metropolitana de Curitiba impulsiona o mercado imobiliário
Nos últimos anos, a região metropolitana de Curitiba vem seguindo em um processo acelerado de crescimento e evolução urbanística.
Com isso, a cidade se tornou um alvo atrativo para o setor da construção civil.
As antigas cidades-dormitórios, que surgiram a partir dos anos 90 para acomodar o crescimento populacional gerado pelo intenso movimento migratório para a capital Curitiba, deixaram de existir e se tornaram municípios independentes.
Cidades como São José dos Pinhais, Pinhais e Fazenda Rio Grande se destacam pela economia dinâmica, forte atividade industrial e um mercado imobiliário cada vez mais aquecido.
Com o oitavo maior índice populacional do Brasil, a região metropolitana de Curitiba já concentra quase 3,7 milhões de habitantes - em outras palavras, um terço da população de todo o Paraná.
Somente São José dos Pinhais, com seus mais de 345 mil habitantes, já superou Foz do Iguaçu, cidade mais turística do estado, em população.
A primeira grande etapa de desenvolvimento dessa região teve início em 2009, com o lançamento do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV).
Naquele período, construtoras e incorporadoras buscavam terrenos com custos mais acessíveis para viabilizar os empreendimentos do programa federal.
Entre 2009 e 2024, a cidade experimentou um aumento populacional. De acordo com dados do IBGE, a população, que era de 81 mil habitantes em 2019, ultrapassou 161 mil em 2024, consolidando o município como um dos que mais cresceram na região metropolitana.
Nos últimos anos, mudanças no programa MCMV, incluindo o reajuste do valor máximo de imóveis financiáveis para até R$350 mil, deram um novo impulso ao mercado imobiliário da região.
Além disso, iniciativas estaduais como o programa Casa Fácil, que oferece um subsídio de R$20 mil para a aquisição da casa própria, fortaleceram ainda mais o setor, o que está transformando Curitiba na nova queridinha do mercado imobiliário.
Como a redução do dólar influenciou o setor imobiliário brasileiro
Na segunda-feira da última semana (20), Donald Trump se tornou, oficialmente, o 47º presidente dos Estados Unidos.
Com a adoção de medidas, decretos e promessas polêmicas, o primeiro reflexo já foi sentido no Brasil: a queda do dólar.
A moeda fechou, pela primeira vez desde dezembro, abaixo de 6 reais. A variação tem a ver com as possíveis mudanças nas políticas de tarifas comerciais dos Estados Unidos prometidas pelo novo chefe da Casa Branca.
Mas afinal, qual a relação disso com o mercado imobiliário brasileiro?
As flutuações no valor da moeda americana tem o poder de impactar toda a cadeia, especialmente no custo da construção, já que muitos materiais utilizados aqui são importados.
Em abril de 2024, o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) registrou um aumento de 0,41%, a maior alta desde setembro de 2022. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice alcançou 2,51%.
Se a tendência de queda do dólar se mantiver, os investidores brasileiros que sonham em colocar dinheiro nos Estados Unidos podem finalmente ganhar um pouco mais de confiança.
Apesar de não ser possível afirmar que a redução irá seguir pelos próximos meses, o cenário atual é importante para planejar os investimentos no setor imobiliário neste começo de ano.
Longe da Faria Lima, Nubank estuda uma nova sede única em SP
Segundo uma matéria publicada no portal de notícias Brazil Journal, a famosa instituição financeira Nubank está estudando o mercado imobiliário da capital paulista para se estabelecer em uma sede única.
Ainda de acordo com informações divulgadas pelo jornal, o fundador do Nubank, David Vélez, tem uma visão ambiciosa para a nova sede do maior banco digital do Brasil: um prédio marcante, que não apenas represente o perfil inovador da marca, mas que também se torne um ponto turístico para os curiosos e fãs.
Apesar de diversas opções estarem sendo avaliadas, uma coisa já foi descartada: a tradicional Avenida Faria Lima.
O fundador do conhecido banco roxo deixou claro que não quer nada que remeta ao estilo clássico dos grandes bancos.
Desde sua fundação em 2013, em uma casa no Brooklin, o Nubank expandiu sua presença em São Paulo e hoje ocupa três espaços principais.
Dois prédios na Rua Capote Valente, em Pinheiros, e outro na Vila Leopoldina, inaugurado em 2022 no complexo Sparks.
Este último é um espaço que combina áreas corporativas, lazer e gastronomia, reforçando o espírito moderno e dinâmico do banco.
Além de São Paulo, a instituição conta com escritórios no México, Colômbia, Argentina, Alemanha e domicílio legal nas Ilhas Cayman – que pode ser transferido para Londres.
Embora o Nubank esteja sendo cortejado por diversas incorporadoras de São Paulo, uma das possibilidades mais viáveis é a expansão na própria Vila Leopoldina.
O banco poderia ampliar seu atual escritório, um galpão adaptado, ou até mesmo construir uma nova sede do zero.
De acordo com dados da Colliers, empresa canadense que presta serviços de gestão de investimentos, a área que engloba a Vila Leopoldina e Pinheiros tem uma taxa de vacância de 9% para escritórios de alto padrão, com aluguel médio de R$102 por metro quadrado.
Como o mercado imobiliário pode sustentar a sua aposentadoria
É comum ouvirmos sobre as possibilidades de investimento no mercado imobiliário, principalmente para gerar aquela renda extra que é sempre bem-vinda no final do mês.
No entanto, o que muitos não sabem é que com um bom planejamento e visão de longo prazo, é possível transformar esses ativos imobiliários em uma fonte de receita capaz de assegurar a sua aposentadoria.
O mercado imobiliário possui um leque imenso de opções de investimento, e a chave para o sucesso é diversificar, evitando concentrar tudo em uma única aposta.
Algumas das principais opções, são:
1. Fundos imobiliários (FIIs)
Os Fundos de Investimentos Imobiliários são uma ótima opção para quem busca diversificação acessível e renda mensal isenta de imposto de renda para pessoas físicas.
No entanto, o primeiro passo é entender bem os ativos nos quais o fundo investe.
Afinal, mesmo que de forma indireta, investir em FIIs é como adquirir uma pequena fatia de um imóvel.
2. Locação residencial e comercial
Investir em imóveis para locação segue sendo uma estratégia atrativa, principalmente quando estamos falando de grandes centros urbanos, onde a demanda por aluguel tem crescido cada vez mais.
Esse aumento é impulsionado por fatores como os juros elevados e a dificuldade de acesso ao crédito imobiliário.
Segundo o índice FipeZap, os aluguéis residenciais tiveram uma alta de 13,48% nos 12 meses encerrados em outubro de 2024, superando mais que o dobro da inflação (IPCA de 4,76%).
Além da renda mensal, o investidor também se beneficia de reajustes anuais pelo IPCA ou IGP-M e da valorização do imóvel ao longo do tempo.
3. Incorporação imobiliária e loteamentos
Investir em projetos de incorporação ou venda de loteamentos pode ser uma excelente oportunidade para quem busca retornos atrativos, com potencial de superar 20% ao ano.
No entanto, esse tipo de investimento não é para novatos.
Em outras palavras, ele exige uma boa dose de conhecimento sobre o mercado local, uma análise cuidadosa do potencial da região e, acima de tudo, um controle financeiro rigoroso para evitar surpresas nos custos.
O mercado imobiliário é aquela mistura perfeita de segurança e boas chances de lucro. Mas, se a ideia é garantir uma aposentadoria tranquila, não dá pra contar apenas com a sorte.
Por isso, não deixe de ficar de olho nas tendências do setor e crie uma estratégia eficaz para tirar os seus planos do papel.
A relação entre o imobiliário brasileiro e a posse de Trump
Em meio a uma posse conturbada, o mais novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu o início de uma nova “era dourada” para o país, baseada em premissas que vão gerar reflexos na economia brasileira.
De acordo com um estudo do banco Citi, o Brasil é a segunda economia mais vulnerável da América Latina às políticas previstas no novo governo Trump, ficando atrás apenas do México.
O levantamento considera fatores como o cenário político, a popularidade dos governos e a relevância da China – principal parceira comercial do Brasil – para essas economias.
Por outro lado, especialistas destacam que momentos como a "guerra comercial" também podem trazer oportunidades, como ocorreu com a soja brasileira, que ganhou espaço no mercado chinês ao substituir fornecedores dos Estados Unidos.
E como fica o mercado imobiliário? Segundo uma análise da equipe econômica do portal Realtor, dos EUA, o setor pode passar por “mudanças significativas” no novo mandato de Trump.
Vale lembrar que o próprio começou sua trajetória como empresário na incorporação imobiliária.
Durante seu primeiro mandato, ele focou em cortes de impostos, desregulamentação e políticas pró-negócios para impulsionar a economia.
Agora, Donald Trump promete reduzir as taxas de juros das hipotecas – embora isso dependa muito mais do Federal Reserve do que dele.
Se ele conseguir estimular um crescimento econômico forte, aumentar a renda média dos americanos e cortar regulamentações para construtoras, os imóveis poderiam se tornar relativamente mais acessíveis.
Em contrapartida, medidas como a deportação em massa de imigrantes e o aumento das tarifas de importação podem elevar os custos de construção, equilibrando ou até neutralizando os efeitos positivos de uma economia mais aquecida.
Ou seja, tudo vai depender de como essas promessas e políticas vão, de fato, se desenrolar.
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