
Quem olha de longe até pode pensar que o mercado imobiliário está em ritmo lento, mas a realidade é bem diferente.
A venda de imóveis no RJ cresceu no 1º bimestre de 2025 e bateu recorde histórico. Segundo dados da Prefeitura do Rio, houve um aumento de 72% logo no início do ano.
Até mesmo com juros altos e o dólar nas alturas, o setor segue movimentado e cheio de novidades.
Neste post, você vai descobrir como a economia influencia esse cenário e quais são as tendências que estão conquistando o mercado e os investidores.

Assuntos que você irá encontrar:
- Mercado imobiliário é um dos setores mais afetados pela alta de juros;
- A relação entre o dólar alto e o mercado imobiliário brasileiro;
- Venda de imóveis no RJ cresce 72% e bate recorde em 2025;
- Corretoras de imóveis são cinco vezes mais procuradas que corretores;
- Condomínios equestres ganham espaço no setor imobiliário.
Mercado imobiliário é um dos setores mais afetados pela alta de juros
Se você costuma ler notícias sobre o mercado imobiliário, já deve ter percebido que os imóveis estão cada vez mais caros - seja para compra ou aluguel.
A capital pernambucana, Recife, por exemplo, está no topo da lista das cidades com os aluguéis mais caros do país, ficando atrás apenas de São Paulo.
Segundo a última pesquisa da Fipe/Zap, divulgada em fevereiro de 2025, os preços de locação residencial na cidade subiram 14,86% nos últimos 12 meses, alcançando a média de R$56,67 por metro quadrado.
Para comparação, São Paulo lidera o ranking, com um valor médio de R$59,19/m².
O que está puxando os preços para cima?
Um dos grandes vilões dessa alta é a Taxa Selic, que chegou a 14,25% ao ano. Como consequência, o custo do aluguel no Brasil disparou, registrando um aumento médio de 12,92% acima da inflação oficial (IPCA).
Segundo especialistas, esse movimento já era esperado desde 2024, quando o Banco Central sinalizou novos reajustes.
Ou seja, para quem precisa alugar, a previsão não é das melhores: com os juros elevados, os preços devem continuar nas alturas.
No entanto, o mercado imobiliário recifense tem uma peculiaridade: os preços dos aluguéis dispararam, mas os valores de venda não acompanharam esse ritmo.
De acordo com os dados da Fipe/Zap, nos últimos 12 meses, o preço médio dos imóveis à venda na cidade subiu apenas 5,05%, atingindo R$8.082/m².
Em outras palavras, comprar um imóvel pode ser mais barato do que parece quando comparado ao preço do aluguel.
Minha Casa, Minha Vida pode sentir impacto indireto da alta da Selic
Apesar da alta da taxa Selic, o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) não sofre impacto direto, já que suas taxas de juros são fixadas e não acompanham as oscilações do mercado. No entanto, o cenário não é tão simples assim.
Em uma entrevista para o Diário Pernambuco, Rafael Simões, presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-PE), afirmou existir um efeito indireto que pode prejudicar o programa.
Isso porque os juros elevados servem para conter a inflação, que tem um impacto direto no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) - pricipal fonte de recursos do MCMV.
Se isso acontecer, o orçamento do programa pode ser reduzido, limitando o acesso das famílias aos financiamentos subsidiados.
Isto é, menos dinheiro disponível para novos contratos de moradia popular.
Fora do MCMV, quem sente o peso da alta dos juros é a classe média, que depende do financiamento bancário para conquistar a casa própria.
Já o mercado de luxo tende a sofrer menos, pois as compras nesse segmento costumam ser feitas sem a necessidade de financiamento.
A relação entre o dólar alto e o mercado imobiliário brasileiro

Se você acha que o dólar só afeta viagens internacionais e compras de eletrônicos, está na hora de repensar.
A cotação da moeda americana tem um impacto direto no mercado imobiliário brasileiro, influenciando desde o custo da construção civil até mesmo investidores estrangeiros interessados em negócios brasileiros.
Construção civil e insumos mais caros
Você sabia que boa parte dos materiais de construção usados no Brasil dependem de insumos importados?
Produtos como aço, alumínio, cobre, tintas e até equipamentos de construção têm seus preços atrelados ao dólar.
Quando a moeda americana dispara, o custo para construir imóveis também sobe. Isso significa que construtoras e incorporadoras precisam repassar parte desse aumento para os preços finais dos imóveis, encarecendo o mercado.
Financiamento pode ficar mais caro
O dólar alto também impacta a economia como um todo, pressionando a inflação.
Para conter esse efeito, o Banco Central pode subir a Taxa Selic, encarecendo os financiamentos imobiliários.
Com juros mais altos, o crédito imobiliário fica menos acessível, o que pode reduzir a demanda por imóveis - principalmente para a classe média, que depende de financiamento bancário para comprar a casa própria.
Investidores estrangeiros de olho no Brasil
Mas nem tudo é ruim! Para investidores internacionais, um dólar valorizado torna o mercado imobiliário brasileiro mais atraente.
Isso porque, com a moeda americana em alta, os imóveis no Brasil ficam relativamente mais baratos para quem investe em dólar.
Cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Florianópolis costumam ser as preferidas de estrangeiros que querem aplicar dinheiro em propriedades no país, seja para locação ou revenda.
Aluguel e rentabilidade
Outro efeito do dólar alto é no mercado de aluguéis, especialmente em cidades com forte presença de estrangeiros, como São Paulo e Rio de Janeiro.
Quando investidores internacionais compram imóveis no Brasil, muitos deles entram no mercado de locação.
Ou seja, isso pode tanto aumentar a oferta de unidades para alugar quanto influenciar os preços dependendo da demanda.
A relação entre dólar alto e mercado imobiliário não é simples, mas uma coisa é certa: tudo depende do seu perfil de comprador.
Se você busca um imóvel financiado, a alta do dólar pode significar juros mais altos e preços maiores. Já se você é investidor, o cenário pode ser interessante, principalmente se houver demanda de aluguel ou valorização futura.
Venda de imóveis no RJ cresce 72% e bate recorde em 2025
O mercado imobiliário do Rio de Janeiro começou 2025 com o pé direito!
Segundo dados do Secovi-Rio, as vendas de imóveis residenciais registraram um crescimento histórico no primeiro bimestre do ano. Em comparação com o mesmo período de 2020, o número de apartamentos negociados subiu incríveis 72%.
Nos dois primeiros meses do ano, foram fechadas nada menos que 6.368 negociações de apartamentos na cidade, conforme os registros da Prefeitura do Rio.
E não foram só os apartamentos que brilharam. As casas também registraram um ótimo desempenho, com 1.081 unidades vendidas no mesmo período.
Com esse ritmo acelerado, o setor imobiliário carioca mostra que está em plena recuperação, impulsionado por um aumento na busca por moradia própria e um cenário econômico mais favorável para compradores e investidores
Mas por que o mercado imobiliário do Rio está bombando?
O mercado imobiliário do Rio de Janeiro está em alta por diversos motivos e um deles é o aumento da demanda por imóveis próprios, já que, após anos de incerteza, muitos cariocas decidiram investir na casa própria em vez de continuar no aluguel.
Além disso, apesar das variações na Taxa Selic, algumas instituições financeiras ainda oferecem condições atrativas para financiamento, tornando a compra mais acessível.
Outro fator que impulsiona as vendas é a valorização de bairros estratégicos, como Barra da Tijuca, Recreio, Zona Sul e Centro, que continuam atraindo compradores em busca de boa localização e qualidade de vida.
A expansão do home office também tem influenciado o mercado, levando muitas pessoas a priorizarem imóveis mais amplos ou casas com área externa para maior conforto no dia a dia.
Para o restante de 2025, especialistas acreditam que o ritmo de vendas pode continuar forte ao longo do ano. Já para quem deseja comprar um imóvel no Rio, vale a pena ficar de olho nas oportunidades e nas variações do mercado.
Corretoras de imóveis são cinco vezes mais procuradas que corretores

Na hora de comprar um imóvel, faz diferença ser atendido por uma corretora ou por um corretor?
Segundo uma pesquisa realizada por uma empresa especializada no setor imobiliário em parceria com a Offerwise, a resposta é sim!
No Brasil, a preferência por corretoras mulheres é cinco vezes maior do que por corretores homens. E os motivos? Empatia, paciência e transparência estão no topo da lista.
O levantamento mostrou que, embora 76% dos entrevistados não tenham preferência de gênero, 20% afirmam se sentir mais à vontade negociando com mulheres, contra apenas 4% que optam por corretores homens.
Entre as mulheres que participaram da pesquisa, 23% disseram priorizar o atendimento feminino, enquanto entre os homens esse número foi de 16%.
O que torna as corretoras as favoritas?
A comunicação clara e eficaz (46%), a atenção aos detalhes (46%) e a empatia (43%) foram os principais fatores que levaram os clientes a escolherem corretoras.
Além disso, transparência, paciência e carisma também são características altamente valorizadas no atendimento imobiliário feminino.
Para Izabel Maestrelli, Diretora Nacional de Integração Feminina do COFECI, essa preferência pode estar relacionada à percepção de que as mulheres são mais detalhistas e acolhedoras, o que gera uma conexão maior com os clientes.
Em entrevista para o Estadão ela disse existir um senso de confiança associado ao atendimento feminino, especialmente em negociações que envolvem grandes valores e decisões importantes, como a compra de um imóvel.
Outro dado interessante do estudo é que as mulheres priorizam a atenção aos detalhes e a paciência no atendimento das corretoras, enquanto os homens valorizam mais a objetividade e a praticidade.
Já entre aqueles que preferem corretores homens, os atributos mais citados foram comunicação eficaz (53%), cuidado com os detalhes (47%) e empatia (46%).
Atributos | Total | Homem | Mulher |
---|---|---|---|
Comunicação clara, eficaz | 53% | 50% | 55% |
Cuidado com os detalhes | 47% | 48% | 46% |
Empatia/ é atencioso(a) | 46% | 46% | 46% |
Conhecimento técnico e atualizado | 35% | 33% | 38% |
Transparência | 35% | 33% | 37% |
Paciência | 34% | 34% | 33% |
Carisma/ simpatia | 32% | 29% | 35% |
Atitude positiva | 32% | 31% | 32% |
Praticidade | 29% | 28% | 30% |
Acessível/ disponível | 29% | 26% | 32% |
O crescimento da presença feminina no mercado imobiliário
O mercado imobiliário tem visto cada vez mais mulheres conquistando espaço - e não é por acaso.
Flexibilidade de horários e possibilidade de altos rendimentos tornam a profissão atrativa para muitos profissionais.
Esse movimento faz parte de uma mudança cultural maior, com as mulheres ocupando espaços que antes eram predominantemente masculinos.
A sensibilidade para captar desejos sutis, muitas vezes não verbalizados pelos clientes, faz toda a diferença.
Muitas mulheres ainda não se sentem confortáveis em situações de vulnerabilidade, como visitar imóveis vazios ou em horários alternativos. Por isso, ter uma corretora ao lado transmite mais confiança e acolhimento.
O crescimento da participação feminina no setor não é modismo, mas uma transformação sólida, que veio para ficar.
Condomínios equestres ganham espaço no setor imobiliário
A busca por qualidade de vida, contato com a natureza e um estilo de vida mais equilibrado tem impulsionado o crescimento dos condomínios de luxo voltados para atividades ao ar livre.
Entre essas tendências, os empreendimentos equestres vêm ganhando destaque no Brasil, combinando a sofisticação com a tradição dos haras.
Um exemplo desse movimento é o Haras do Passo, um condomínio exclusivo que será inaugurado no distrito de Acuruí, em Itabirito, Minas Gerais, a uma hora da capital Belo Horizonte.
O empreendimento contará com 191 lotes residenciais, de 800 a 3.000 m², e nove glebas rurais.
Um mercado em expansão
Nos últimos anos, o Brasil tem visto uma forte demanda por condomínios que combinam esportes, lazer e contato com a natureza.
Segundo a Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM), o país possui a maior tropa registrada da raça no mundo, com mais de 700 mil animais cadastrados.
Esse mercado movimenta bilhões de reais anualmente e tem impactado diretamente o setor imobiliário, com a criação de novos empreendimentos voltados para criadores e apaixonados por animais de grande porte.
Ou seja, o crescimento dos condomínios rurais de luxo já é uma realidade no mercado imobiliário, especialmente na era pós pandemia, quando muitas pessoas passaram a buscar espaços maiores e mais conectados à natureza.
Especialistas apontam que a valorização dos empreendimentos equestres deve continuar nos próximos anos, impulsionada pelo forte vínculo cultural do Brasil com os cavalos e pelo crescente interesse de investidores no setor.
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